
Você sente que seu produto poderia ser mais intuitivo, mas não sabe por onde começar?
A resposta está na usabilidade — ou melhor, na forma como ela é avaliada e aplicada no design de produtos. Se você já ouviu falar sobre as heurísticas de Nielsen ou os princípios de usabilidade, mas ainda não entendeu a diferença ou como usá-los, hoje é o dia em que tudo vai fazer sentido.
Este conteúdo é para você, que quer criar experiências mais intuitivas, funcionais e memoráveis — seja em um app, uma plataforma, um totem interativo ou até mesmo um caixa eletrônico.
Neste artigo, você entender:
- O que é usabilidade.
- Diferença de utilidade e usabilidade.
- Quais são os atributos de usabilidade, segundo Nielsen.
- O que é uma heurística.
- Quais são as heurísticas de usabilidade, segundo Nielsen.
- Como aplicar esses princípios nos seus produtos.
Primeiro: O que é Usabilidade?
Usabilidade é a qualidade de algo ser fácil de aprender, eficiente de usar, agradável e sem erros. E quando falamos em avaliar a usabilidade, duas ferramentas fundamentais se destacam:
- Os 5 Atributos de Usabilidade de Nielsen: servem como critérios para avaliar o desempenho da experiência do usuário.
- As 10 Heurísticas de Usabilidade: atuam como um checklist para identificar falhas e oportunidades de melhoria na interface.
Esses dois conceitos se complementam e ajudam a guiar a criação de produtos mais eficientes, intuitivos e encantadores.
Além disso, usabilidade e utilidade são qualidades diferentes, mas igualmente importantes.
Utilidade ou Usabilidade?
Se algo é fácil de usar, mas não é algo que você deseja, você não usará.
Também não importa se o produto é algo capaz de realizar uma tarefa, mas tem sua interface de uso muito complexa, difícil de usar, você não usará.
Sendo assim, temos ainda as seguintes definições:
- Utilidade: algo que fornece os recursos que você precisa .
- Usabilidade: quão fáceis e agradáveis são de usar esses recursos.
- Útil: algo que tenha usabilidade + utilidade.
Os 5 Atributos de Usabilidade de Nielsen.
(O que um produto precisa ter para funcionar bem)
Esses princípios explicam as qualidades que um produto deve ter para ser considerado usável. Pense neles como os objetivos finais:
- Facilidade de aprendizado.
O usuário consegue entender como usar na primeira vez? Quão fácil é para os usuários realizarem tarefas básicas na primeira vez que encontram a solução.
→ Exemplo: Tela inicial da Alexa: botões grandes, linguagem simples e um tour guiado para novos usuários. - Eficiência de uso.
Depois de aprender, o usuário realiza tarefas com agilidade?
→ Exemplo: Um controle remoto com teclas rápidas para streaming e apps favoritos. - Facilidade de memorização.
O usuário lembra como usar depois de um tempo sem acessar?
→ Exemplo: Tela de login de apps bancários que mantêm a estrutura e posição dos campos mesmo após atualizações. - Baixo índice de erros.
O sistema previne erros e ajuda a corrigi-los? Quantos erros os usuários cometem, quão graves são esses erros e com que facilidade eles podem se recuperar deles?
→ Exemplo: Um app de transferências que pergunta “Tem certeza?” antes de finalizar uma tarefa que não poderá ser desfeita. - Satisfação subjetiva.
O uso gera uma experiência positiva e de confiança? Quão agradável é usar a solução?
→ Exemplo: o Duolingo conquista o usuário com um visual lúdico, mensagens motivacionais e uma experiência divertida de aprendizado.
As 10 Heurísticas de Usabilidade
(Como você identifica e corrige problemas de uso)
De forma geral, uma heurística é conhecida como um comportamento padrão de realizar algo, como algo que você já está tão habituado a realizar que já o faz de forma automática, sem pensar no passo a passo dessa atividade. As heurísticas de usabilidade são regras práticas para avaliar interfaces baseadas no comportamento padrão de uso de interfaces. Elas servem como uma checklist para identificar problemas de usabilidade em testes ou análises de especialista:

- Visibilidade do status do sistema.
Exemplo: um microondas que mostra o tempo restante da contagem regressiva, ou a barra de progresso no envio de arquivos no Google Drive. - Relação entre sistema e mundo real.
Exemplo: Ícones como envelope para e-mail, carrinho para compras ou engrenagem para configurações. - Controle e liberdade do usuário.
Exemplo: Botão “Cancelar” acessível em operações de máquinas de autoatendimento ou botão “Desfazer” em um editor de texto. - Consistência e padrões.
Exemplo: Botões de navegação nos mesmos lugares em todas as telas de um software industrial. - Prevenção de erros.
Exemplo: alerta antes de excluir uma conta, ou travas de segurança em máquinas industriais. - Reconhecimento em vez de memorização.
Exemplo: lista de sugestões no Google ao digitar. - Flexibilidade e eficiência de uso.
Exemplo: teclas de atalho em painéis de máquinas e softwares para usuários avançados. - Design estético e minimalista.
Exemplo: interface limpa em equipamentos médicos com foco apenas nas funções essenciais. - Ajuda a reconhecer, diagnosticar e corrigir erro
Exemplo: Mensagens como “senha incorreta” em vez de “erro desconhecido”, ou luz vermelha no painel do carro com ícone de falha no motor. - Ajuda e documentação..
Exemplo: instruções visíveis em totens de autoatendimento.
Como aplicar tudo isso?
- Use os 5 atributos para definir metas de usabilidade no seu produto;
- Use as 10 heurísticas para identificar falhas e oportunidades de melhoria em avaliações expert, protótipos ou produtos lançados;
- Aplique em testes com usuários, com foco em comportamento, não só em estética;
Documente os achados, proponha correções e meça os ganhos (tempo, conversão, satisfação).
Quer criar um produto mais eficiente? Comece pela experiência.
A verdade é simples: ninguém volta a usar algo que frustra. Avaliar a usabilidade do seu produto é como fazer uma revisão detalhada antes de colocá-lo na estrada: evita falhas, melhora o desempenho e garante uma jornada tranquila para o usuário.
Usabilidade não é um detalhe — é o que separa um produto usado de um produto esquecido. E agora você tem em mãos as ferramentas para avaliar e melhorar sua solução de forma prática e estratégica.
Na Futura UX, aplicamos essas avaliações com profundidade, além de várias outras :
- Mapeamos os atritos,
- Prototipamos melhorias,
- Mentoramos sua equipe para manter o foco no que realmente importa: as pessoas.
- Ajudamos a criar soluções mais inteligentes, mais humanas e que realmente entregam valor.
Referências para se aprofundar:
Nielsen Norman Group. “Introdução à Usabilidade”
Nielsen Norman Group. “10 Usability Heuristics for User Interface Design.”
Futura UX: Seu produto é simples de usar?